A planta piloto para implantação do Projeto Santa Quitéria, que vai explorar fosfato e urânio na mina de Itataia, está em fase de conclusão da montagem. As empresas trabalham na consolidação da rota tecnológica para a extração do urânio, a partir do ácido fosfórico.
Artumira Dutra – Da Redação O POVO 12/07/2010 02:00
Atualizada às: 11/07/2010 23:32
As ações para acelerar a implantação do projeto de mineração e indústria para Itataia (Projeto Santa Quitéria, da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e Galvani) continuam sendo desenvolvidas. A planta piloto para implantação do projeto, por exemplo, está em fase de conclusão da montagem. Os projetos para as obras da estrada que vai dar acesso à mina, adutora e eletrificação, infraestrutura que será construída pelo Governo do Estado, estão adiantados. Tudo está sendo feito para que não haja atraso na previsão inicial de entrar em operação em 2012.
Segundo a Galvani, as empresas trabalham atualmente na consolidação da rota tecnológica para a extração do urânio, a partir do ácido fosfórico. Os estudos em escala laboratorial estão concluídos e a Galvani trabalha na finalização da montagem da planta piloto na unidade da INB em Caldas/MG, onde serão feitos testes com equipamentos. Em agosto, começam os testes com amostras do minério, que devem durar cerca de cinco meses.
Em paralelo, a INB trabalha a parte do licenciamento ambiental. A empresa vai recorrer da decisão da Justiça Federal que decidiu que cabe ao Ibama licenciar o empreendimento e anulou a licença dada pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (semace). Ao mesmo tempo, também está providenciando o licenciamento como empreendimento nuclear junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Na jazida de Itataia, em Santa Quitéria, o fosfato está associado ao urânio. Por isso, o Ministério Público, com base da legislação que diz que o Ibama deve licenciar empresas destinadas a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear, entende que o licenciamento ambiental deve ser feito por esse órgão. O Governo do Estado defende um licenciamento compartilhado compartilhado do empreendimento, com a Semace ficando com a parte do fosfato e do calcário, e o Ibama, com o urânio.
O contrato assinado entre INB e Galvani, em 23 de julho de 2009, estabelece que a Galvani vai extrair o minério e separar o fosfato do urânio. A partir do momento em que os materiais forem separados, o fosfato será beneficiado pela mineradora e o urânio repassado à INB.A Galvani, especializada na mineração e produção de fertilizantes fosfatados, vai investir US$ 350 milhões de 2010 a 2014 na operação da mina Santa Quitéria (CE), para separar o urânio do fosfato.Desse total, 80% é oriundo de empréstimo do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), já aprovado, e o restante virá de recursos próprios da empresa.
EMAIS
O projeto terá capacidade inicial para produção de 180 mil toneladas/ano de P2O5 e 240 mil toneladas/ano na fase final. Quanto ao urânio, a capacidade inicial prevista é de 1.200 toneladas/ano e 1.600 toneladas/ano a partir do quinto ano de operação. O processo será o de uma mineração convencional, em lavra a céu aberto, de minério de fosfato, semelhante ao das outras unidades da Galvani.
Após a operação de lavra, o minério é transportado via caminhões para os processos de britagem e concentração, onde será produzido o concentrado fosfático, informa a assessoria de imprensa da Galvani.
Na mina de Itataia, o fosfato, matéria-prima para a produção de fertilizantes, encontra-se associado ao urânio. Por isso, a INB buscou empresas desse setor para fazer uma parceria na exploração da jazida.
Segundo a Galvani, o empreendimento vai impulsionar, a partir do fosfato, a produção de fertilizantes agrícolas e nutrição animal. Além da geração de energia elétrica a partir do urânio.
O consórcio entre a INB e a Galvani viabilizou uma inédita parceria no Brasil para a exploração da jazida de Itataia.
NÚMEROS
2008
EM JUNHO A INB ANUNCIOU A ESCOLHA DA GALVANI COMO PARCEIRA PROJETO
2009
EM 23 DE JULHO APÓS NEGOCIAÇÕES, A GALVANI E A INB FIRMARAM CONSÓRCIO